A LOIRA DE BRANCO
A LOIRA DE BRANCO
A lenda da
loira de branco é uma das mais conhecidas e contadas por todo Brasil,
principalmente no interior e muitas versões e desfechos existem para cada
contador.
Em Paraíba do Sul não era
diferente, por muitas vezes essa história de nosso folclore foi contada em
rodas de amigos e contadores de lenda, até que, há uns 10 anos, a lenda ganhou
vida no distrito de Sebollas com uma nova e assustadora versão.
Eram
aproximadamente 20:00 horas de uma quinta feira de primavera. Em mais um dia
normal de trabalho, o motorista Agildo (nome fictício) fazia a sua última
viagem entre Paraíba do Sul e Sebollas. Agildo era um motorista muito querido e
tido por todos os passageiros como corajoso, pois nunca os deixava na mão, nem
mesmo em dias de chuva e lama.
Neste dia, Agildo parou o ônibus
em Sebollas, vindo de Paraíba do Sul e aguardava os passageiros que moram na
localidade descer e os que iam até Fagundes subir ou continuar no ônibus, pois
um ou outro já vinha desde Paraíba do Sul.
Viagem
reiniciada, entre bate papos e prosas com alguns passageiros sentados na
frente, Agildo observa pelo retrovisor central que num dos últimos bancos havia
uma mulher loira com vestido branco, e na mesma percepção, imagina nunca ter a
visto antes e nem mesmo de ter a visto entrar no coletivo; mas como o cansaço
já falava mais forte, Agildo acelerou para chegar logo a Fagundes e posteriormente
a garagem da empresa.
Chegando a Fagundes, a porta do
ônibus se abre e os poucos passageiros que restavam começam a descer, porém
como era de costume, um deles que ia mais adiante pegaria uma carona no próprio
coletivo.
Educadamente, Agildo despede-se
de cada um à medida que iam descendo e consequentemente percebe que a loira não
havia descido, então, sem pensar duas vezes e visivelmente cansado, ele olha
para o espelho e pergunta: - Aqui é ponto final! A senhora não vai descer?... E
aí vem a surpresa: O passageiro que iria até mais adiante fala: - O Agildo, tá
maluco? Não tem mais ninguém neste ônibus! E não tinha mulher nenhuma de
Sebollas para cá! Agildo arregala os olhos e vasculha o ônibus com uma certeira
convicção: Eu vi! Eu tenho certeza que tinha uma loira com vestido branco no
último banco! Eu vi pelo retrovisor logo assim que saímos de Sebollas! Eu não
estou louco e nem parei para descer ninguém! Não pode ser...inclusive pensei
comigo mesmo que eu nunca havia visto ela antes nem me lembrava dela ter entrado
no ônibus! Tenho a certeza que por aqui ela não entrou ou não pagou passagem,
eu ia perceber...finaliza assustado o corajoso motorista.
No dia
seguinte, o próprio Agildo tratou de espalhar o acontecido. Em poucos dias e já
com as confirmações do passageiro que presenciou a cena, a notícia se espalha
por toda cidade e região. Agildo começa a ficar intrigado e aborrecido com as
gozações e brincadeiras da população e além de ter que fazer aquela assustadora
rota todos os dias inclusive à noite, o já não tão corajoso motorista pede para
ser transferido e vai trabalhar em outra linha da empresa na cidade de
Petrópolis.
Sobre a lenda:
De acordo com os antigos, esta loira aparece perto
cemitério, pois ela teria tido uma grande paixão por um homem que a matou no
dia do casamento, enterrando-a com o vestido que ela usaria.
A partir deste dia, ela sempre aparece para
assombrar os homens e quando passa em frende ao cemitério, ela desaparece
misteriosamente.
Em Sebollas mesmo há outros relatos de aparições
da loira do cemitério em algumas estradas.
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